Tristeza não tem fim, morreu o tio Zeir

Santa Maria, cidade do coração do Rio Grande do Sul, está de luto. Morreu uma das suas figuras mais carismáticas e contagiantes. Zenóbio Pujol, o popular tio Zeir ou o "Rei da Boca Maldita", nos deixou. Partiu desta para uma melhor. Famoso sambista, compositor, homem do carnaval e entusiasta do futebol amador da cidade, era figura cativa nas manhãs do calçadão santa mariense, onde tudo se comenta, tudo se sabe e tudo se vê. Zeir era conhecido por ser uma pessoa descontraída, sempre de bem com a vida, torcedor fanático do Internacional, certamente vai deixar saudade entre seus amigos e familiares.


Dos muitos títulos do carnaval de Santa Maria ganhos pela Unidos, lá estava um samba enredo assinado pelo Zeir. Minha convivência com o tio foi na infância, momento em que buscamos ídolos, representações de pais ausentes e até modelos para moldar um pouco do futuro caráter. Por essas coisas da vida tive o prazer de conviver com a família Pujol, com a Dona Bila, o Adilson, o Dé, a Márcia e outros que frequentavam aquela casa simples de frente para as quadras de futebol do Parque Itaimbé, mas que tanto marcou a minha época de criança. Foi ali, entre os cômodos de cimento e a comida saborosa, que conheci o samba de Cartola, de Noel Rosa, Paulinho da Viola e Lupicínio Rodrigues. Adorava ouvir as histórias do tio Zeir e assistir os ensaios da Unidos do Itaimbé, até hoje a minha escola de samba do coração.

Arrependimentos a gente tem muitos nessa vida. O meu último foi não ter ir fazer uma visita a quadra da escola ou tomar um café expresso na Galeria Chami para poder dar um alô ao tio Zeir, falar de futebol e samba. Que descanse em paz e receba todas as homenagens a que tem direito. Merece, meu padrinho!

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